(Foto de Flora Maria)
nela encontrei tantos amigos quanto as pedras que ralaram meus pés
para eles só o que eu posso deixar é uma palavra tão pequena
que mal cabe nesta minha doce balada de la luna llena
vi morrerem tantos seres que amei quantos outros que odiei
mal cabe em meus sentimentos contar ou cantar a pena
ou a satisfação de deixar a todos minha balada da la luna llena
tortas as palavras tantas derramadas em versos tantos
pelas noites insones da solidão mais plena
quando baixava em mim a balada de la luna llena
de desencantos vivi pelas ruas tortas de cidades mortas
na esperança sonhei dias que não couberam na minha pena
mesmo quando compunha essa triste balada de la luna llena
faço de cada lágrima misturada à chuva que segue meus passos
a necessidade de mil abraços que tornassem mais serena
a busca inglória do ensejo de encontrar minha balada de luna llena
não sou triste no entanto nesse infausto mundo em que a paz
talvez esteja dentro de mim numa planície que se estenda serena
ao canto ardente que sai do meu peito como uma balada de la luna llena
também não sou alegre como parece cantar ao sol do meio dia
a risada estrondosa que espanta do meu peito a dor serena
quando desejava que todos ouvissem apenas minha balada de la luna llena
representam minha vida e meu canto com força plena
os versos tristes desta triste balada de la luna llena
29.7.2017
(Você poderá ouvir esse texto na voz do autor, no podcast indicado ao lado)
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