apenas um cão de rua
a ladrar para a lua
um coração vagabundo
solto pelo mundo
sem teto e sem rumo
perdido o prumo
da rota da vida
lambendo cada ferida
das patas cansadas
de pisar nas estradas
o asfalto fervente
um cão sem dente
negro como a noite
acostumado ao açoite
a ladrar para a lua
pobre cão de rua
um coração vagabundo
muito maior que o mundo
mas sem teto e sem prumo
é meu coração sem rumo
8.11.2024
(Ilustração: Candido Portinari - Serenata, 1925)
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