entre as sinapses de meu cérebro
onde estão todos os meus pensamentos
por onde transitam todos os meus sonhos
construo lembranças que não vivi
esperanças que não mais existem
e momentos que somente a poesia
- essa estranha visitante de meu cérebro –
tece nos meandros de imaginações sofridas
nas tramas e urdiduras de meus desejos
é ali – entre as sinapses de meu cérebro –
que vivo a minha vida na maior parte do tempo
temendo e ardentemente desejando
que essas ligações misteriosas não se rompam jamais
que somente ela – a poesia – é capaz de fazer da minha vida
um constante pulsar de sonhos e emoções incontidas
e é por ela e para ela – a poesia – que vivo e sobrevivo
27.7.2024
(Ilustração: Angela Oooghe - swimming nude)
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