12 de nov. de 2024

porque vivo





entre as sinapses de meu cérebro

onde estão todos os meus pensamentos

por onde transitam todos os meus sonhos

construo lembranças que não vivi

esperanças que não mais existem

e momentos que somente a poesia

- essa estranha visitante de meu cérebro –

tece nos meandros de imaginações sofridas

nas tramas e urdiduras de meus desejos



é ali – entre as sinapses de meu cérebro –

que vivo a minha vida na maior parte do tempo

temendo e ardentemente desejando

que essas ligações misteriosas não se rompam jamais

que somente ela – a poesia – é capaz de fazer da minha vida

um constante pulsar de sonhos e emoções incontidas

e é por ela e para ela – a poesia – que vivo e sobrevivo





27.7.2024

(Ilustração: Angela Oooghe - swimming nude)

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