o espanto de viver se encerra
a sete palmos embaixo da terra
– depois não há – só lembrança
na mente de quem cultiva esperança
o pó do tempo cobre nomes e sobrenomes
– ficam palavras que não foram ditas
como verdades que são escritas
não no granito mas nas pedras-pomes
e a vida que era uma grande festa
– hoje lagarta e logo depois borboleta –
voa seu derradeiro voo sobre o mar e pela floresta
antes de espantar-se sob uma pedra preta
[ou ser sobre a tumba o vestígio de um nome – uma só letra]
10.1.2025
(Ilustração: Horace Vernet - Une tombe en terre d'Afrique)
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