30 de jan. de 2025

dois destinos

 


ao aguar no jardim as suas flores

deságua o jardineiro as suas dores

 

ao despejar um verso apenas na página branca

o poeta o seu ser mais profundo destranca

 

as flores – leva-as o vento um dia

o ser do poeta permanece na poesia

 

assim jardineiro e poeta cruzam um com o outro seu destino

o jardineiro – talvez feliz com o tal vento repentino

já o poeta – à poesia tem para sempre enlaçado o seu destino

 

 

25.11.2024

(Ilustração: Claude Monet - nenúfares)

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