Sob a égide da constelação estrelada,
nas noites claras de um sonho tropical,
figuras sinistras conspiravam.
E permitiram-lhes os deuses todos os poderes
para o bem e para o mal.
No entanto, enquanto no canto do céu,
a ponta da cruz indica o sul,
um canto de dor dobrava o corno da lua nova,
sob a égide da constelação estrelada.
Abril apenas o outono mediara,
e o inverno descia rigoroso:
nos cárceres da infâmia e do grotesco,
figuras famintas caídas no inferno
batiam dentes sob o açoite do torturador,
E o sonho da igualdade penhorada
jazia na tumba de falsas promessas
ao som das botas no asfalto negro,
sob a égide da constelação estrelada.
BH – 21.9.1978 /SP – 15.2.2018
(Ilustração: Fernando Botero)
(Ilustração: Fernando Botero)
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