ao tentar ser feliz
neste vale de lágrimas
ainda que saiba que nada sei
valho-me do sinal das cruzes
que planto pelos caminhos
não lavo as minhas mãos
na bacia das almas impuras
nem rezo na cartilha
dos que sonham com o ovo
antes da gala do galo
no útero da galinha
e rezo e replico todos os dias
mãos postas e joelhos no milho
que deus me livre de deus
agora e na hora
da minha morte amém
23.2.2018
(Ilustração: escultura de Raul Boledi - sagrado; foto do escultor)
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