nas noites de lua nova almas penadas
povoam meu cérebro e por ele passeiam
penso nas penas que cumprem penando
pelos pensamentos de meu cérebro
pois o pouco de pecados que lhes pertence
dispõe-nos todos à vontade de meu cérebro
sou-lhes grato às almas penadas
por carregarem minhas penas tantas
como se fossem delas e permaneço
no meu estado estável de inconsciência
permanente e pouco dado a perdas
irrecuperáveis – das almas penadas
a perderem-se nos abismos de meu cérebro
pouco permanece no meu pensamento
desprezo-me a mim e às penas pétreas
procuro pouso na lua nova das almas penadas
no breu de becos assustados de crimes
que não se perdoam e passo pela noite
espessa como um expresso sem parada
afogando no brejo da lua nova as minhas
penadas almas perdidas no meu cérebro
11.11.2017
(Ilustração: Luc Lafnet -1899-1939)
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