Meus olhos já não são tão confiáveis,
tenho lá os meus problemas,
mas não quero ver o mundo
senão pelas lentes com que nasci,
mesmo que, hoje, não sejam tão confiáveis.
O mundo que eu vejo é o mundo
que não se filtra por vidros que não sejam
os vidros que estão nos meus olhos
a filtrar a realidade às vezes torta
que só meus olhos reconhecem:
nem fotos nem filmes nem
qualquer outra forma de transmitir
a realidade seja aquela que os meus
olhos decodificam do mundo
que eu sinto ou pressinto
mesmo que não sejam
esses velhos olhos assim tão confiáveis.
Joinville/SC –
5.6.2014
(Ilustração: Auguste Renoir)
Nenhum comentário:
Postar um comentário