nas sombras do interlúnio
vagueia ao vento o velho lobo
na busca de sangue novo
ou quem sabe
um banquete de vísceras e agonias
lambe lento a ferida do peito
pensando a saudade que lhe aperta
com o parafuso arrochado a virilha
sabe o velho lobo que as sombras
encilham o cavalo doido do desejo
e quando vier o novilúnio
estará de novo ausente essa espera
do espanto que lhe alivie as promessas
de mais uma noite de passos sem rastros
24.12.2017
(Ilustração: Theodore Gericault )
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