na face do demônio o rito de passagem
açulava a ganância da gangue
o poço abria-se para o nada
e o esgar noturno da morte encerrava
o apelo ao senso comum
enquanto isso o demônio soltava
os presentes que o inferno lhe incumbia
todos os anjos carbonizados cantavam hosanas aos altares
onde virgens dissolutas se sacrificavam
a gangue de otomanos afiava espadas
os rins estouravam sangue em bolhas
de sabão de coco com azeite-de-dendê
esse era o preço cobrado
o preço a pagar pelo rito inconcebido
na passagem do tempo de hoje para um impossível tempo futuro
8.4.2017
(Ilustração: Zdzisław Beksiński - soldier)
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