(Gustav Klimt _-_Wasserschlangen)
sinto o mistério da poesia na ponta de meus dedos
quando bato nas teclas do computador
letras que formam palavras
palavras que formam frases
frases que formam poemas
poemas que desvendam meus medos
sinto o mistério da poesia no fundo de meus olhos
quando vejo o mundo ao redor
o azul do espaço
tons de verde de heras e arvoredos
irisadas asas
peles que brilham
sinto o mistério da poesia quando ouço o riso de meu neto
sinfonias de beethoven
o choro do arroio ao vento da montanha
o pio da coruja e o marulhar das ondas
os passos na areia
sinto o mistério da poesia quando o vento traz perfumes de jasmim
de café quente com broa de milho assada em fogão de lenha
o cheiro de terra à primeira chuva da primavera
sinto o mistério da poesia quando em minha boca a jabuticaba
tem o mesmo gosto dos sumos do teu corpo
onde o doce amargo se desdobra em sal
e o prazer tem rugosidades de laranja em calda
e se me perguntas o que é poesia
sei apenas que cultivo o mistério
provo de seus encantos
desespero de seus desencontros
misturo-me aos prazeres sentidos
para achar em cada palavra que escrevo
não a poesia que se me escapa
mas a vida que vibra em mim
apenas porque tu existes
14.11.2017
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