(Gustav Klimt; The Tree Of Life)
Canção da pedra:
Sê pedra, posto que minério
em cujos veios o tempo guarda
eras primeiras de primeiras dores;
está pedra, posto que caminhos
em cujos passos marca o tempo
primeiras auroras, primeiros sonhos;
faze-te pedra, posto que silêncio
e em silêncio permanece a pedra:
sem dor, sem tempo, sem sonho.
Canção da folha:
Não te importe de onde venha a brisa,
balança ao vento como se folha fosses.
Enquanto passa o vento, se não resistes,
verás que há um depois antes do fim.
Folha, não te importe o calor do sol,
que ao processo de te tornares verde
acrescentas vida que te dará força.
Canção da asa:
O sumo que sugas mata quem te hospeda
e seca o caule que te alimenta: destino, apenas,
a transformar em asas o que vem da terra.
Do vento que te leva à pedra que te abriga,
serás apenas o traço que se apaga e se renova
a cada aurora, sofras ao vento ou seques ao sol.
21.4.2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário