28 de nov. de 2017

quilombos




(Sítio da Ressaca - Jabaquara, São Paulo/SP)




lento o tempo quando vento ameniza

e em brisa transformado reveste a pele

de arrepios desveste o pólen revisitado

da abelha a estrela ao longe entorpece

o riacho que corre logo abaixo da estrutura

de ferro e cimento por onde escorre o sangue

dá ligadura ao espaço que outrora servia

o braço escravo a escavar a rocha e ancora

a serventia do navio no jardim o cravo

que brota a rosa que perfuma a profunda grota

o mar que espuma o navio fantasma a lavra

o sangue negro o povo exangue a palavra

não basta não chora mais o poeta emplasta

o chão de versos no espanto o meu pranto

não aplaca o tempo ao vento o sítio da ressaca


5.8.2017



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