(Makiwa Mutomba - Zimbawe)
funéreas vidas de meninos e meninas pretos os olhos de fuligem
de querosene a poesia branca preteja e procura o próximo capítulo
escrito nas pegadas da areia negra a página em branco tem pintas
pretas que nada dizem faço poesia de branco e penso no povo preto
do meu país penso em áfricas perdidas sonhos palacetes de palafitas
provisórias sobre rios de merda e lodo o rádio tocando uma sinfonia
de mahler frère jacques a marcha fúnebre transporta meu pensamento
de joão joaquim para a jaqueria meu povo preto jamais jogou no time
dos jacques afogado que foi em sangue jorrado de sob o chicote branco
de querosene a poesia branca preteja e procura o próximo capítulo
escrito nas pegadas da areia negra a página em branco tem pintas
pretas que nada dizem faço poesia de branco e penso no povo preto
do meu país penso em áfricas perdidas sonhos palacetes de palafitas
provisórias sobre rios de merda e lodo o rádio tocando uma sinfonia
de mahler frère jacques a marcha fúnebre transporta meu pensamento
de joão joaquim para a jaqueria meu povo preto jamais jogou no time
dos jacques afogado que foi em sangue jorrado de sob o chicote branco
13.5.2017
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