20 de nov. de 2017

povo preto





(Makiwa Mutomba - Zimbawe)





funéreas vidas de meninos e meninas pretos os olhos de fuligem

de querosene a poesia branca preteja e procura o próximo capítulo

escrito nas pegadas da areia negra a página em branco tem pintas

pretas que nada dizem faço poesia de branco e penso no povo preto

do meu país penso em áfricas perdidas sonhos palacetes de palafitas

provisórias sobre rios de merda e lodo o rádio tocando uma sinfonia

de mahler frère jacques a marcha fúnebre transporta meu pensamento

de joão joaquim para a jaqueria meu povo preto jamais jogou no time

dos jacques afogado que foi em sangue jorrado de sob o chicote branco





13.5.2017









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