(Dylan Thomas by David Griffiths)
não importa se leio ou não dylan thomas
ou qualquer outro poeta do non-sense
o que rola nas veias da morte nem sempre
requer da vida o que a poesia revela
são talvez loucos ou insanos ou apenas desgostosos
os que caminham por veredas inconcebidas
na busca do conhecimento ou do entendimento da vida
sábios mascarados já dançaram e se queimaram
em fogueiras mais ardentes do que as da inquisição
souberam através do espinho de fagulhas amargas
explorar em si mesmos os abismos da sensibilidade
e morreram em seus leitos de rosa exarando enxofre
de infernos em que se não acreditavam por serem
como todos os infames desse mundo mendigos
para sempre esfoliados de seus direitos
cavaram com suas mãos em forma de garras
as galerias eternas por onde escoa o sangue grosso
e pútrido de sementes de vingança e desespero
não importam portanto os versos de dylan thomas
nem as diatribes de poetas malditos e enfermos
que a vida de novo reflui em gotas de pólen
trazidas pelo bico do beija-flor e depositadas
como um último alerta sobre a pedra tumular
do último poeta a cantar a liberdade e morrer por ela
18.3.2017
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