(Foto de Fátima Alves)
lá em baixo, no vale, corre o rio
cavando com calma seu caminho
no tempo da seca
e alargando seus domínios
no tempo da chuva
lá em baixo, no vale, serpenteia o rio
contornando montanhas
despecando-se em cachoeiras
indo sempre para a frente
em busca do mar
lá em baixo, no vale, vejo o rio
daqui de cima, espelho de calmaria
daqui do alto, serpente sem dente
assim também minha vida vista lá do alto
parece calma em seu caminho no tempo sem guerra
parece larga em seu serpentear no tempo sem abismo
assim também minha vida lá em baixo
no vale das minhas angústias
busca um sentido ao despencar em incertezas
e parece sempre caminhar para o inevitável
vida e rio
rio e vida
não há pacto entre eles
apenas o caminhar
17.5.2013
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