aguardava ansioso cada número do pasquim
os tempos eram de nuvens negras e neblinas densas
mas o pasquim brotava nas bancas como lírios no brejo
as almas se iluminavam às tochas de uma procissão lúgubre de um cristo morto
as celas da amargura cultivavam modelos grotescos
de tempos passados
de tempos de galileu galilei
e eu aguardava esperançoso que as páginas do pasquim
trouxessem brilho de lua cheia àquela eterna sexta-feira
talvez um dia a vida se recuperasse como os lírios
que guardam no brejo seco em tempo de estiagem
os bulbos da vida que renasce sempre à primeira chuva da primavera
15.4.2017
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