24 de fev. de 2011

POEMA QUEBRADO

(Alma Tadema - among the ruins)


Circuitos curtos
extrapolam os limites
do meu cérebro.
De ligações
e conexões
nascem versos
nascem poemas.
Penso o que sinto
não sinto o que penso.
Pessoa, sim, como pessoa
e poeta
foi cantor e esteta.
Camões, sim, com as mãos
nadava e escrevia
e não se afogava
naquilo que sentia.
Do Alves eu castro
o vasto, vastíssimo
sentimento.
Do Dias os dias
de comedimento
em ritmos ternários.
Do Carlos do mundo
seu vasto re-canto
retiro o espanto.
E tu, Bandeira, despregadas
estão tuas ruas tão nuas
tão nuas em fogueiras.
E eu curto o circuito de gosto de gozo
ao som plangente de violões e vozes
em “plenilúnios de maio em montanhas de Minas”.
Na “pedra polida” parte-se o poema.
Ouço:
lá bem no fundo do poço do meu coração
“uivam molossos na escuridão”.
Num círculo em curto
de ondas sonoras,
lúdico poema em verso tortos,
angélico canto de doce pranto
talvez vertido, talvez ferido - punhal de prata? -
em gotas no cântaro goteja.

E o cântaro, tantos cantos,
quebrado.

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