há buracos negros
nos cantos obscuros da terra
e no peito de milhões de cidadãos
bandeiras de piratas tremulam
nos olhos cegos de poderosos
corsários de olhos aquilinos
lançam sobre o mar de mortes
os escaleres lotados de abutres
das covas os fantasmas amargurados
destroçam cruzes que os corsários plantaram
há silêncios negros no negrume das salas
e milhões de vazios à luz azul das televisões
os jantares ocorrem sobre mesas negras
porque são negros os desígnios palacianos
na noite estendida de fantasmas e corsários
1.7.2021
(Ilustração: Adolph Menzel / Adolph von Menzel)
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