20 de nov. de 2025

abismos insondáveis

 




enchi de vazios os espaços vazios de minha solidão

passeei pelos interstícios de sentimentos implausíveis

naveguei pelas profundezas de mágoas e desesperos

para chegar a um porto inundado por águas podres e peixes mortos



meu cérebro cansado das sinapses desconjuntadas

por torpezas que não cometi

por pecados com que sonhei

por escapes e descaminhos desesperados

quase entrou em curto-circuito

e os anseios de dias felizes afundaram de vez

nos vazios de meus abismos insondáveis



22.9.2025

(Ilustração: escultura de Albert György)

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