17 de abr. de 2011
PASSOS
Os passos que traço tropegamente
pela vida
deixam a semente
de minhas dúvidas. A descida
da ladeira é penosa e lenta,
como lenta e penosamente tem sido erguida
cada uma de minhas barreiras
contra a morte. Não, não há sorte
nem flores nas pirambeiras
que evitei, enquanto caminhava.
Se, às vezes, deixava
que me levassem os rios
é porque, entre vales e desvios,
caindo por cachoeiras,
com o pensamento quase sempre louco e vago,
minhas corredeiras terminavam
num vasto e escuro lago.
Sou, agora, o resultado de meus passos.
Sem bússola, acolho os abraços
- poucos – que ainda me restam. E busco,
quando paro e descanso ao lusco-fusco
de mais um dia,
achar um guia, um norte
para minha vida vazia,
antes que me alcance a morte.
15.4.2011
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