31 de mai. de 2011

novos poemas do cotidiano - 1

(Alfred Kubin)



Quando calo



Quando calo
consinto;
quando falo
desminto
o que calado consentia:
louca,
a palavra
em minha boca
sai
como lava
de vulcão.
Fundo o que penso
em vã filosofia
e nunca dispenso
tudo o que vai
além do coração.
Calado, sou só
aquele que sonha.
Falando, tenho dó
de quem se me anteponha:
o vulcão despeja
tudo quanto deseja
e, num grito temerário,
mata o argumento
num só pensamento,
deixando no chão
o possível adversário.

28.10.96

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