19 de jul. de 2015

minha poesia



(Érika Cardoso - 2014)



de todos os ratos que povoam os esgotos
de todos os reis que cagam em seus tronos
de todos os papas que regem carnificinas
de todos os idiotas que pontificam teses
de todos os profetas que vomitam crenças
de todos os falsos que dizem verdades
de todos os puros que fornicam aos sábados
de todos os homens que rastejam como vermes
de todas as mulheres que punhetam seus homens
de todos os crentes que abominam seu deus
de todos os enfermos que se curam por si mesmos
de todos os loucos que conhecem a luz
de todos os poetas que cospem estrelas
de todos os políticos que comem a grama do jardim
de todos os que mentem um dia sim e outro também
de todos os que berram pela guerra universal
de todos os que acreditam na letra de forma
de todos os que gemem nos palácios
de todos os que bolinam no escuro do cinema
de todos os que lamentam e choram
de todos os que riem e se consolam
de palhaços e bêbados
de vermes e pássaros
de paus e flores
de tudo
o que
geme
rasteja
voa
corre
anda
reinventando vida pelo prazer de morrer
morrendo a cada explosão de estrelas anãs
de tudo isso e mais qualquer outra merda
que invente a imaginação de qualquer louco
vive e respira e transpira a minha poesia



18.7.2015

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