16 de jun. de 2016

meu poema


 
(Paul Klee)



tanto vale o verso versificado
quanto o conceito em metáforas
semioculto ou semirrevelado
aprecio mesmo a rima
eventualmente surgida
ao correr do verso limpo
a palavra clara e simples
o sentimento cristalino
na tela do computador
assim como a manhã de sol
depois de noite chuvosa
(não importa se desgastada
a tal comparação)
o verso direto
discreto
a traduzir ideias às vezes
simplórias
sem anseio por altas glórias
e panteões
o verso solto e revolto
muito longe das academias empoeiradas
torna-se assim poema
o que eu considero e chamo de poema
nada mais nada menos
mesmo que derrape de vez em quando
em jogos de ocultar
a palavra dura a martelar
a consciência
ou o verso frouxo a alimentar
os sentimentos mais estranhos
deixo o poema voar e passarinhar
já basta o poeta preso em si mesmo
sem nunca poder realizar
aquilo que vive a sonhar
que sonhe o verso que voe o poema
e fique eu aqui para sempre
esperando o que vida nunca vai me dar


9.6.2016



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