(Foto de Jan Saudek)
1.
Por que falar de rouxinóis,
se nada sei de rouxinóis?
No meu quintal, apenas de sabiás e bem-te-vis
o canto encanta a tarde.
Não os rouxinóis.
No meu poema, também não há
que falar de dores, de amores.
No meu canto apenas a vida
tece e entretece a rede
onde irá dormir um dia o poeta
para sempre.
Por isso, não falo de rouxinóis
nem de dores nem de amores.
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