(Oswaldo Sagatesgui)
Hoje, quero esquecer
tantos caminhos que trilhei,
tantos espinhos que não sei
mais em quantos quartos sonhei
tantos os lençóis amassados
as luas, os sóis e os gritos amuados
hoje quero tudo esquecer
te espero mudo e quedo
sem pensar, sem nem
mesmo me mexer como
um cofre de segredo
te aguardo no resguardo
de tantos amores que nem
flores vou te oferecer
porque hoje quero
tudo, tudo esquecer
quieto, quedo, parado, o teu olho
apenas o teu olho me moverá
escolho o branco dos lençóis
e tranco os lábios à tua espera
e tremo à mera aragem lá fora
na folhagem de taful e quero
sim, tudo esquecer
por tudo isso que me dás
sou teu menino, sou teu noviço,
e quero, espero, por fim
me leves por tuas trilhas
por teus meandros,
compartilhes comigo
os teus caminhos,
as tuas ilhas, e para
tudo esquecer afinal
jogarei, sim, o teu jogo
para que fique em mim
como no mar fica o sal
só o teu desejo e o teu fogo.
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