(Paul Delvaux)
Deste-me um só beijo,
furtivo,
mas acendeste-me o desejo,
lascivo.
Partiste e levaste teu riso
com certeza.
Deixaste, no entanto, em meu peito
só tristeza.
Encontros e desencontros.
Inúteis como a própria vida.
Amo-te e torno-me tolo.
Não posso amar-te e torno-me
ainda mais tolo
na loucura da vida.
Desprezo as fórmulas antigas
de cantar em versos a coita do amor.
Mas repito em palavras desencontradas
toda a angústia de não seres minha.
Não sei, portanto, se é tolo o amor
ou se são idiotas todos os poetas.
Se de um beijo faço versos,
os versos tonam-se beijos
que repito a cada instante
para ter-te sem que o saibas.
Ah! quanta bobagem cometemos
nós os poetas, os amantes, os loucos,
para, em pleno fim de século,
cantar o desencontro, a dor,
a tristeza, um único beijo!
Deste-me um só beijo,
furtivo,
mas acendeste-me o desejo,
lascivo.
Partiste e levaste teu riso
com certeza.
Deixaste, no entanto, em meu peito
só tristeza.
Encontros e desencontros.
Inúteis como a própria vida.
Amo-te e torno-me tolo.
Não posso amar-te e torno-me
ainda mais tolo
na loucura da vida.
Desprezo as fórmulas antigas
de cantar em versos a coita do amor.
Mas repito em palavras desencontradas
toda a angústia de não seres minha.
Não sei, portanto, se é tolo o amor
ou se são idiotas todos os poetas.
Se de um beijo faço versos,
os versos tonam-se beijos
que repito a cada instante
para ter-te sem que o saibas.
Ah! quanta bobagem cometemos
nós os poetas, os amantes, os loucos,
para, em pleno fim de século,
cantar o desencontro, a dor,
a tristeza, um único beijo!
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