tem marcas de botas
a terra que buscas?
tem cheiro de tinta
a terra que queres?
tem rastro de ódios
a terra que invades?
tem cheiro de sangue
a terra em que plantas?
amigo, desta terra o teu pão
nunca colherás
que a pátria que pesa o preço
de cada côvado de terra
pelo ouro do estrangeiro
deixou no chão que cobiças
cheiro, rastro e marcas
indeléveis
20.5.99
(Ilustração: Portinari – colheita de algodão)
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