Mineiro é bicho que não navega,
não por não ter onde fazê-lo:
é que ele nunca se entrega
ao vento e ao mar sem antes muito zelo.
O vento, em Minas, é sonho;
o mar, áspera montanha:
ao vento a vida disponho,
no mar, a morte me assanha.
Porém, por tudo quanto passeio,
deixo em Minas meus navios:
se pelas ondas do mar anseio,
bato em asas de vento os meus desvios.
11.10.99
(Ilustração: Portinari – dom Quixote)
Nenhum comentário:
Postar um comentário