7 de jan. de 2012

Não há sonho

(Ionone de Bangcas - denuded justice)







Não há sonho
quando se pede só o gozo.
Não há ventura
quando se sonha só por sonhar.
O homem é múltiplo
e a vida passa como a enxurrada
em dia de tempestade.
Se peço o teu beijo
e me dás o nojo,
levo comigo a alma podre
que negas em dar.
Não quero o teu sonho.
Não quero teus gozos.
Não quero os teus sonhos.
És inseto que esmago
na palma da mão.


(um poema estranho, datado de 5.4.00, reencontrado em 18.2.02)

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