26 de jan. de 2012

VOLTA









Rodo o mundo e volto sempre

para a velha e boa poesia.

Faz-me, quando a quero, companhia

sem nem se queixar de que fui embora.

Dá-me sonhos e os meus sonhos explora

como se fosse eu o seu espelho.

Conta-me casos de quase sonhos

e torna-me muito mais velho

do que realmente sou, dando

mais saber ao meu verso torto,

rindo de mim enquanto vou sonhando.

Não se importa de me ver morto

do cansaço de longas lidas,

espelha em seu verso minhas vidas,

não estranha em entrecortadas rimas

as aventuras que não vivi.

Empresta-me suas poucas limas

com que aparo arestas que sofri.

Por isso pelo mundo eu caminho

e volto sempre que eu preciso

para da poesia o suave ninho

que me abriga em seu sorriso.



19.9.2005

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