Rodo o mundo e volto sempre
para a velha e boa poesia.
Faz-me, quando a quero, companhia
sem nem se queixar de que fui embora.
Dá-me sonhos e os meus sonhos explora
como se fosse eu o seu espelho.
Conta-me casos de quase sonhos
e torna-me muito mais velho
do que realmente sou, dando
mais saber ao meu verso torto,
rindo de mim enquanto vou sonhando.
Não se importa de me ver morto
do cansaço de longas lidas,
espelha em seu verso minhas vidas,
não estranha em entrecortadas rimas
as aventuras que não vivi.
Empresta-me suas poucas limas
com que aparo arestas que sofri.
Por isso pelo mundo eu caminho
e volto sempre que eu preciso
para da poesia o suave ninho
que me abriga em seu sorriso.
19.9.2005
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