(Katy_Bailey - masked sheets)
Primeiro poema de inverno:
Convite
vem, amor, pra debaixo do calor
de nossas cobertas;
fica,
fica e acaricia minha pica
para que, neste inverno
o teu gozo seja eterno
Segundo poema de inverno:
Aquecimento
não amor eu quero contigo
fazer:
quero
do teu umbigo
ao teu
sexo
me
escorrer
e
lábio com lábio
não na
boca, imagina!
mas meu
lábio
- mais
sábio -
lá, em tua vagina!
Terceiro poema de inverno:
Entrega
chupa, chupa por entre
as pregas de minha glande,
o calor que fica
em
minha pica
- e que se expande -
quando
sai de teu ventre
enquanto minha
língua
bem viva
usa muita saliva
para enrolar teu
grelo
com teu próprio
pelo
Quarto poema de
inverno
Navegação
faz de teu corpo
o cais
onde quero
sempre mais
o lençol inunda
com
todo o gozo
que
escorre de tua bunda
Quinto poema de inverno:
Farol
em cada espasmo
do teu corpo,
dá-me o teu orgasmo
não, não refreio
meu anseio
em teu seio
(fruto de ouro):
quero todo o veio
de teu tesouro
Sexto poema de inverno:
Ilha
colho com a língua
o gozo que vem lento
e forte
do fundo de teu corte
goza
mais, amor, goza,
enquanto
chupo o teu cravo:
se
a língua tece a prosa,
faço
versos como teu escravo
Sétimo poema de inverno:
Praia
quero-te onda
para afogar-me em teu ventre
quero-te rio
para afundar-me em teu gozo
quero-te lago
para afugentar os meus temores
Oitavo poema de inverno:
Navio
não sentes o frio que vem de fora porque
aqui
bem quente há um pau que te devora
também não me arrepia o vento que bate
à porta
tenho aqui dento o que me basta: o agasalho
da
tua boca para aquecer o meu caralho
Nono poema de
inverno:
Náufragos
peço-te gozo e me dás
teus licores;
peço-te tesão e me dás
teus humores
1Décimo
poema de inverno:
Balsa
no teu grelo esfregas
minha vara
e te entregas
à sanha da minha tara
Undécimo
poema de inverno:
Horizonte
lambes
de cima até em baixo
minha
caceta,
enquanto
me afogo lá em baixo
nos
sucos de tua boceta
Duodécimo
poema de inverno:
Litoral
valquíra
do orgasmo e da beleza,
cavalgas
e não foges à luta:
dá-me,
a mim, a certeza
de
que cumpres no meu pau
tua
doce vocação de puta
Décimo
terceiro poema de inverno:
Cais
exausto,
desfalecida
te
deixo:
a
vara antes enlouquecida
é
freixo
no
meio do rio;
assim,
minha
sanha e teu gozo
ao
fim,
jogaram
no fogo
este
inverno tão frio
A canção de primavera:
Flores
tu
sabes o que eu era,
eu
sei o que tu desejas:
espera
um pouco mais, espera,
prova
do bolo todas as cerejas,
amansa
aqui dentro a fera
embora
cansada já estejas;
eu
sei que te desespera
este
inverno, mas que sejas
ainda
um vez a quimera
de
ilusões benfazejas,
antes
que chegue a primavera
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