vulnerável o barquinho de papel
lançado pelo menino à correnteza do meio fio
vulnerável o pássaro no alto da árvore
à chuva de granizo em dia de tempestade
vulnerável o andar da criança
inventando caminhos e futuros
vulnerável ao vento e à chuva a fortuna
inutilmente amealhada ao longo da vida
vulnerável o véu da noiva e a aliança
de vidro do noivo diante de deuses e altares
vulnerável a vida jogada aos mares
em barcos de plástico e vento
vulnerável será um dia meu corpo inerte
lançado aos cuidados de ilustres desconhecidos
porque é assim a vida e assim correm os anos
que temos sobre a bola em que viajamos
redemoinhando no tempo e no espaço
nada de nada do nada que pensamos ser
21.9.2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário