barroca a alma que habita em mim
em dilemas opostos entrelaçada
floresta tropical de cipós e paus brasis
ferventes ondas de folhas úmidas
trilhas de troncos com flores suspensas
algas marinhas em escândalos mortos
onde o mar um dia em ondas arrebentou
hoje lagos e lagoas de régias vitórias
e derrotas no combate eterno entre o barro
e o suor de bromélias e desencantos
minh’alma gentil que pulsa o desconforto
de seres de água transformados em líquens
ondas e troncos e sapos e cobras d’água
o som das profundezas em solo de oboés
a mata o morro o mero encontro de botos
e anhangás nas encruzilhadas imaginárias
de esperanças e desesperos no fogo
na ganância de ouros encaixotados nas
raízes barrocas de minh’alma amazônica
23.2.2019
(Ilustração: escultura de Maria Martins
- foto de Cristiana Isidoro)
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