o gozo rápido
do coito pago
cobra o preço da vida de merda
entre cabos de guerra
de deuses vazios
o gozo fácil
do sexo rápido
paga o boleto de página virada
desce o prego no furo da vida
enche de merda o poço da espera
deixa de lado o monopólio da dor
estranha o caminho do desespero
derrama a lágrima do olho cego
o gozo inútil
do coito estranho
reúne esferas de deuses tortos
relembra crenças de santos mortos
destila o ranho de pratos vazios
solta teu pelo pelos prados pretos
nega tua crença em deuses mortos
recolhe a prega de teu desejo escroto
ajoelha no milho e reza aos santos tortos
o teu gozo inútil que destrói altares
navega por pregas de doces mares
renega deslumbres e aborta teus ares
23.2.2020
(Ilustração: arte erótica da Índia - Khajuraho - séc.10)