há um algoritmo vigiando o meu sexo
escondo-me embaixo da mesa
o algoritmo sorri e corta meu tesão
há um algoritmo rezando a oração que eu devia rezar
jogo o vaso no espelho
o algoritmo sorri e recolhe os cacos
há um algoritmo controlando minhas papilas gustativas
aumento o fogo do fogão e jogo mais cebola no molho
o algoritmo sorri e desliga o gás
há um algoritmo dizendo que eu devo estudar geometria e economia
faço um gesto feio para o computador e o desligo da tomada
o algoritmo não sorri
apenas chama meu patrão e exige a minha demissão
11.11.2019
(Ilustração: Charlie Patton - algorithm)
(Você pode ouvir esse poema, na voz do autor, no podcast indicado ao lado, no alto da página)
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