brisa que arrepia todos os meus pelos
solta o sonho embevecido dos dias fúteis
outonal brisa de anseios múltiplos
a despentear de leve teus longos cabelos
a trazer de novo as esperanças inúteis
de dias e noites perdidos no vazio
no vazio de navios sem portos
no vazio embalado de beijos mortos
à luz mortiça de uma falsa lua
quando nos unia o fervor tardio
que ainda agora ao sopro dessa brisa
no meu pensamento renasce e flutua
15.4.2021
(Ilustração: Javier Arizabalo García)
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