28 de ago. de 2021

brisa

 


 

brisa que arrepia todos os meus pelos

solta o sonho embevecido dos dias fúteis

outonal brisa de anseios múltiplos

a despentear de leve teus longos cabelos

a trazer de novo as esperanças inúteis

de dias e noites perdidos no vazio

no vazio de navios sem portos

no vazio embalado de beijos mortos

à luz mortiça de uma falsa lua

quando nos unia o fervor tardio

que ainda agora ao sopro dessa brisa

no meu pensamento renasce e flutua

 



15.4.2021

(Ilustração: Javier Arizabalo García)

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