deixem-me a mim
com minhas idiossincrasias
deixem-me a mim
com minhas pequenas manias
pois só vivendo assim
cheio de algumas idiotias
é que consigo ter tempo
para as minhas poesias
antes que venha o vento
que desafia os dias
e traga o total desalento
minha insistente e renitente reclusão
não é nunca solidão
é apenas uma rima pobre
de alguém que com ela não sofre
se até hoje comigo não me desavim
não quero com ninguém encrencar
peço a todos paciência
ao meu agora mais lento desenrolar
se meu cérebro já não guarda tanta ciência
deixem-me a mim
o ato de meus versos declamar
pois só tenho agora a minha voz
para desatar todos os nós
da pouca vida que me resta
se vocês acham que não presta
a triste poesia que em meus versos destilo
saibam que com eles é que eu resisto
e reafirmo sempre - mesmo sem estilo -
que viver e sobreviver para mim é isto:
a pluma de um verso livre no final de um poema
30.9.2024
(Ilustração: Tristan Corbière - auto caricatura)
Você pode ouvir esse poema, na voz do autor, ISAIAS EDSON SIDNEY, nestes endereços:
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