permaneço apenas
enquanto a vida percorre serena
o coração dos jovens
já fui jovem e sei o que a vida devia ser
de futuro e de sonhos mal esboçados na ânsia de viver
de viver apenas sem olhar para trás
hoje que apenas permaneço
o olhar para frente embaça num muro de pedras feias
e o olhar para trás não traz mais do que o rijo desejo
de não ter vivido tanto para contar o incontável
assim – já que o aniversário é inevitável
prescrevo para mim mesmo o silêncio
e o olhar sem brilho dos que nada mais devem à vida
e espero apenas que ela – a vida – seja daqui para a
frente
um dia depois de uma noite de cada vez
(o resto é silêncio – mas isso já o disse Shakespeare)
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