26 de jun. de 2011

novos poemas do cotidiano - 5




Abrasa-me o peito a ausência






Abrasa-me o peito a ausência
de um amor que não sei que fim terá;
a angústia que me toma o coração
faz de mim refém
de uma dor que não tem cura.




Choro, sofro, atormento-me
como se fosse cada minuto
um século inteiro de dor e paixão.




Toda e qualquer possibilidade
de trazer à razão
esse sentimento infame,
que me afunda em agonia e dor
faz que eu me torne dentro de mim
cada vez mais um louco a sofrer inutilmente.




Perco-me em devaneios fúteis,
para encontrar no peito em brasa
uma gota que fosse de orvalho doce
para suavizar a eterna agonia.




Sinto-me tolo, o mais tolo de todos os homens,
sinto-me louco, o mais louco de todos os homens,
sinto-me, assim, a perverter
a própria racionalidade de amar:
não mais amo, apenas,
destruo-me por dentro e passo a ter
apenas um mero sentimento de vida,
vida que vem do fato de amar.




23.6.97

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