(Alfred Kubin)
Tu tens a certeza
de todas as estupidezes.
Ou a estupidez
de todas as certezas.
Não importa.
O que tu falas
não se escreve.
Que, se escrevesse,
levaria de imediato
o vento as tuas palavras
para a biblioteca
ou para o cemitério
das inutilidades.
Não te calas, entretanto,
Que assim como zurra o burro
por necessidade,
falas tu por estupidez,
apenas por estupidez
e para entupires os ouvidos
de quem não quer te ouvir.
Pena de ti
é o que tenho.
Apenas pena.
Pois tuas palavras
cobertas das poeiras dos caminhos
serão pisoteadas e esquecidas
como a de todos
os teus pares,
que iguais a ti
muitos há por aí.
14.4.2016
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