(Luiz Aquila)
não
não é o poeta apenas um fingidor
é também o poeta um pensador
que pensa tão profundamente
todas as dores do mundo
que se torna às vezes um sofredor
mesmo que as dores sentidas
sejam dores fingidas
fingidas há tanto tempo
que trazem marcas de vidas e ventos
e acabam dores tecidas
nos moinhos d’água e nos cata-ventos
dos morros arrostados pelas borrascas
não sofre à toa o poeta em seu fingimento
não canta à toa o poeta em seu atingimento
de cordas profundas e vagos sentimentos
pensa e descobre o destino
pensa e alivia os arranhões dos espinhos
e das pedras do meio dos caminhos
não
não é o poeta um fingidor apenas
vaga vário ao vento
segregado
degredado
do mundo
o pensamento
do poeta fingidor
do poeta pensador
do poeta sofredor
12.11.2016
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