25 de fev. de 2018

poememe







sou persistente como o diabo

ao tentar ser feliz

neste vale de lágrimas

ainda que saiba que nada sei

valho-me do sinal das cruzes

que planto pelos caminhos

não lavo as minhas mãos

na bacia das almas impuras

nem rezo na cartilha

dos que sonham com o ovo

antes da gala do galo

no útero da galinha

e rezo e replico todos os dias

mãos postas e joelhos no milho

que deus me livre de deus

agora e na hora

da minha morte amém


23.2.2018





(Ilustração: escultura de Raul Boledi - sagrado; foto do escultor)





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