medo pânico de meus escombros
os restos do naufrágio em praias desertas
no arrojo das ondas os sonhos flutuam
desolados ao sol e às marés bravias
nas águas turvas da vida sem saída
velas destroçadas batendo nas cavernas
os arroubos em queda livre rumo ao fundo
medo pânico dos meus escombros
a ferir-me os brios de capitão sem mar
não há mais oceanos nem estrelas guia
não há mais rotas ou mapas de navegação
apenas escombros e desejos descarnados
o comandante afogado nas ondas revoltas
vertidas dos seus próprios olhos sem brilho
16.10.2019
(Ilustração: Amadeo de Souza Cardoso)
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