vagas sombras vagamos nós por esse mundo
o tempo que nos consome faz piruetas nas galáxias
nós em fios de lã cada momento que enlouquecemos aqui
e assim como os versos se esticam para o fim de uma linha imaginária
tentamos esticar a vida em torno de nossa imaginação que não encontra o fim
apenas o vento da vida
que vai e não vem nunca
de volta ao sopro inicial
somos e somos palindrômicos seres a chorar as lágrimas de deuses estúpidos
vagas sombras
etéreas vagas
sonambulistas consagrados ao espaço e ao tempo que nos sufoca em viagens inúteis
vida é isso e é muito mais do que estremecem dentro de nós os nós de nossos pesadelos
se fugimos do tempo
o tempo nos pega
na curva da lua crescente em noite de lobisomens que somos afinal nós mesmos
sedentos do sangue do tempo que se extingue num relógio torto da parede
de um sobrado em ruínas bem no centro de galáxias em eterna expansão
vida é vento e não volta e não vaga à nossa vontade pelo vórtice dos nossos nós
10.11.2019
Ilustração: foto de Chema Madoz)
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