colada a boca na boca
não se reconhecem os amantes
simples e precisos obedecem
ao pulsar da aorta em seus lábios
contentes no anseio desejado
pensam-se cada vez mais sábios
sem que ao menos tateiem ou sequer imaginem
o abismo
a
seus
pés
porque é assim o amor quando no ápice
- inútil sonhar qualquer esperança
se a boca que beija como louca
será a mesma a vomitar a lava do vulcão
1.3.2021
(Ilustração: escultura de Roberto Manzano)
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