preso na gaiola do medo
desde que em suas asas descobriu
a cor que o difere – a cor do seu segredo
os anos de voos rasos
de nada mais serviram
porque todos os ventos de tantos solitários ocasos
seus desejos para o mundo se abriram
e são desejos inexplicáveis
para o espanto dos indesejáveis
porque a gaiola não mais o prende
as asas ele as desdobra e estende
para a liberdade de muitos amores
o medo – aquele medo – em furores
transformado
para sempre agora
- o colibri pode cruzar o arco encantado
escondido atrás da aurora
27.5.2021
(Ilustração: Felix D'eon)
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