5 de ago. de 2022

o racista

 





o racista – roam-lhe as carnes os vermes da terra

deixo à minha náusea

o dever do vômito e da secura do olhar



transgrido a lei

ultrapasso os limites

nauseio-me de mim

arrebento meus arreios

cuspo-lhe à cara o meu desprezo



ria-me de mim embora

ria-me de mim pelo que sou

espero o seu escárnio na ponta do chifre do demônio

e trago a fumaça de sua gargalhada

para o fundo de minhas entranhas



e eu – o verme – renascerá do estrume o baobá

reviverá do revolver de minhas entranhas

no dia macabro de minha náusea final



1.8.2022

(Tim Okamura - The Defender)

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