que importa a porra do mundo e sua falsidade
se não me chamo raimundo
nem tenho por nome qualquer andrade
sou o que sou assim talvez fodido
mas ergo a cabeça e assino o que tenho escrito
poemas toscos às vezes e às vezes sem sentido
cheios de chaves a que não dou qualquer explicação
não porque não queira o que quer que seja que tenha dito
assuma o mistério da poesia
mas porque não acho que haja mistério
em qualquer poema sério
que eu tenha escrito
mesmo que porcaria
e como já disse e repito
não sou andrade nem raimundo
e por isso o que eu acredito
é que todos devem se foder e com todos todo o mundo
28.5.2021
(Ilustração: Clovis Trouille - My Funeral, 1940)
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